sábado, 21 de janeiro de 2012

A vida da gente (maternidade parte II)

Gente, não tem coisa pior do que as pessoas que não dão conta nem da própria vida e querem cuidar da vida dos outros...
Vamos lá.
Quando eu tinha 15 anos decidi que não casaria, que iria estudar, ter minha profissão, minha casa, minhas coisas e viveria feliz solteira, porque vivia rodeada de muitos casamentos e relacionamentos desgraçados, só de aparência e nada de transparência, então não queria aquela vida - nem em sonhos.
Com 18 anos comecei a namorar, sim e fiz isso porque eu quis e tive vontade; depois de um ano decidimos nos casar e foi isso que fizemos. Não fiquei noiva, não fiz chá de panela, cozinha, lingerie, despedida de solteiro, nada disso; na sexta-feira casei no cartório,  no sábado na igreja e fui embora. Não, você não leu errado não, meu pai até me ofereceu dinheiro para a festa, mas eu não quis, eu e meu esposo conversamos e juntos decidimos que era isso mesmo, o casamento era nosso e pronto, seria do nosso jeito. Algumas pessoas ficaram  inconformadas, fizeram almoço - nos não participamos, fizeram churrasco à noite - nos também não participamos, porque a gente não quis! O casamento era nosso e quem devia decidir como e se comemorar era nós e não os outros, se nossa vontade não pôde ser respeitada, não iriamos nos sujeitar a vontade dos outros e contrariar a nossa. Nesse caso não valia a pena.
Casei e depois de alguns meses, como a barriga não crescia, começaram as perguntas:
- E o bebê? Já não está na hora de encomendar um bebê? Não querem filhos? Depois quando estiverem velhos não vão conseguir...
Ai meu Deus, para o mundo que desse eu quero descer!
Só porque eu casei tenho que ir logo arrumando um filho?!
Não, gente, não tem nada disso não. Eu queria continuar estudando, arrumar um emprego, ajudar meu esposo e antes mesmo de casar nossas prioridades já estavam decididas e agora as pessoas iriam me encher, me chatear porque não queria fazer o que elas julgavam ser bom para mim? Comigo não.
Os anos foram passando, terminei os estudos e fiquei longos quatro meses em casa até que uma amiga me ligou e falou de uma vaga na empresa que ela trabalhava; claro que eu quis, então fui lá, fui contratada e comecei a trabalhar... dois meses depois descobri que estava grávida e... pedi demissão! Isso mesmo, você não leu errado não, você ainda sabe ler (kkkkkk), mais uma vez eu quis, sai do emprego e assumi o risco de perder o 1º emprego em carteira porque estava grávida. Quer saber, não me arrependo da minha decisão. Eu quis e foi o que eu fiz.

 
Quando descobri que estava grávida cortei fritura, refrigerante, doces e massas, procurei me alimentar da melhor maneira possível, porque eu quis, mas todos esses cuidados não evitaram que eu tivesse uma gestação muito difícil e tumultuada.
No quinto mês e já no terceiro ginecologista, numa consulta de rotina de pré-natal, a médica constatou o aumento da pressão. Passei o aniversário do meu esposo internada (pela 3ª) e depois disso precisei abrir mão de preparar minha comida, arrumar minha casa entre outras coisas, para que meu filho pudesse nascer bem e no tempo certo, além disso tinha que tomar um monte de remédio todos os dias e viver monitorada 24 horas. Infelizmente depois de tantas idas e vindas ao médico, picos da pressão elevadíssimos e várias tentativas em controlá-la com medicamentos e repouso, cheguei ao limite entre a vida e a morte. Nesse dia meu esposo teve uma conversa séria com o meu ginecologista e a residente que também me acompanhava e ficamos sabendo que as coisas tinham se complicado ainda mais. Meu ginecologista (é isso mesmo, agora era um médico, o 4º profissional que me atendeu e quem fez meu parto) nos disse que filho nunca mais, que eu precisava fazer um esforço ainda maior do que vinha fazendo porque senão seria impossível segurar o bebê até no mínimo dia 31 de janeiro; ele ainda nos explicou que o desenvolvimento do bebê estava comprometido devido todos os problemas que eu tive e que todo cuidado e carinho era mais do que bem vindo e que eu teria que ficar internada mais uma vez. Apesar de achar que a internação não me ajudava em nada, fiquei quietinha e porque eu quis aceitei todas as condições que me foram impostas. Depois da alta passei a  ver meu médico 3 vezes por semana, ele me atendia no consultório e eu comecei a entrar sozinha nas consultas porque queria polpar meu esposo e minha mãe de mais preocupação. Fiz isso mais uma vez, porque eu quis, eu tinha decidido que seria assim e só depois de alguns anos é que meu esposo viu minha carteirinha de pré-natal...
Infelizmente ou felizmente não consegui "segurar" o bebê até o dia "combinado" e ele nasceu 11 dias antes de completar 36 semanas, mas nasceu bem, surpreendeu aos médicos porque em 6 dias cresceu e ganhou peso que foi uma beleza...
Eu não queria casar, mas quando encontrei o homem que amava eu casei; não estava preparada para ser mãe, não tinha planejado viver essa experiência com 23 anos e alguns meses, mas quando fiquei grávida quis viver intensamente cada momento dessa história.
Eu quis e isso é o suficiente!
A vida da gente é assim, a gente é responsável por ela, só a gente. Então se quiser um conselho, você deve seguir o seu coração, correr os riscos que desejar e ser responsável o suficiente para assumir a responsabilidade das suas decisões.


Me desculpem, ficou super mega grande, mas eu tinha que falar.
Bjus!

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